Olá, pessoal! Vocês que me acompanham por aqui e em outros espaços que frequento, seja no ambiente virtual ou presencial, sabem que procuro sempre falar sobre o desejo de um mundo onde todos nós possamos nos incluir. Parece utopia sonhar com esse mundo onde não há espaço para o capacitismo, o racismo, a intolerância e o desrespeito às diferenças.
Tenho lido alguns textos junto com a Danusa e a Larissa, minhas companheiras de trabalho na equipe do Inclusive Luísa, e me deparei com uma frase do Eduardo Galeano que diz assim: “Para que serve a utopia? A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Gostei do que li e comecei a refletir sobre isso. Embora essas lutas pareçam um sonho impossível de realizar, acreditar nessa utopia, nesse ideal, é o que nos permite seguir lutando e construindo os inéditos-viáveis, conceito que li em Paulo Freire.
Neste mês de novembro, tenho feito um movimento aqui no Inclusive Luísa que, embora já estejamos assumindo durante todo o ano, intensificamos neste mês: trazer, junto à pauta da pessoa com deficiência, as lutas contra o racismo e a LGBTQIA+fobia, aplicando o que aprendi como sendo interseccionalidade.
Novembro é um mês em que as discussões sobre racismo ganham mais espaço,
especialmente no dia 20, Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder quilombola Zumbi dos Palmares. Precisamos discutir e repensar nossos processos históricos e o racismo estrutural no Brasil sempre.
Tenho aprendido, a cada dia, mais sobre a luta antirracista e buscado transformar muita coisa em mim. Tenho adquirido esses aprendizados por meio de leituras, como, por exemplo, os livros da Chimamanda, uma autora que conheci quando estava escrevendo meu livro. Tenho conversado e aprendido muito também no meu podcast, com entrevistadas incríveis como Isabela Campos e Ana Cunha, que compartilharam comigo e com os ouvintes do Podcast, suas histórias de vida e suas lutas contra o capacitismo e o racismo.
Além disso, na AIC, onde trabalho, foi iniciada uma formação para os AICeres (forma carinhosa de se referir a equipe da AIC) sobre “Racismo estrutural e institucional”. O primeiro encontro foi incrível, e aprendi muito. Teremos outros encontros dessa formação na instituição, e achei a iniciativa extremamente importante, uma criação de um inédito-viável – um passo que damos em busca da utopia. Seguimos caminhando nessa direção, com o mesmo ideal de Carolina Maria de Jesus, uma escritora negra, brasileira e mineira como eu, que disse:“Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é.”
Pensando na frase de Carolina deixo aqui o convite para você leitor:
Vamos mudar o mundo? Vamos construir esse mundo onde todos tenham lugar?
Beijos Carinhosos,
Luísa Camargos
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